Portable Cities in Motion PT-BR [ULTRA EXCLUSIVO]

Jogos estilo tycoon trazem uma falha óbvia de apelo para jogadores de primeira viagem. Para usar uma analogia publicitária, enquanto que um título de ação representa um belo outdoor ou um anúncio de página inteira de um jornal, uma proposta de administração e gerenciamento de recursos seria apenas um anúncio de pé de página.

Em outras palavras, um mapa atulhado de miniaturas mais ou menos detalhadas jamais será tão instantaneamente chamativo quanto explosões, tiros, espadas flamejantes e deuses gregos revoltosos.

Entretanto, jogos como Cities in Motion são uma prova de que, em alguns casos, vale mesmo a pena desconsiderar o parco apelo visual de jogos do gênero a fim de se entranhar em uma mecânica de jogo complexa, cheia de reviravoltas e superlotada do que se poderia chamar de “adrenalina administrativa”.

Senão, compare a sensação de assistir ao seu protagonista tombando diante de um chefe imenso à impressão resultante da bancarrota iminente de uma empresa de transportes construída à custa de trabalho duro e um enorme montante de dinheiro virtual. A diferença aqui é que um “continue” ou uma “vida” não convencerá os seus credores a conceder mais tempo para botar as coisas em ordem.

De fato, é difícil não se envolver com a proposta da Paradox Interactive. Embora a ideia de se tornar um magnata dos transportes não seja propriamente original — algo já materializado por Tranport Tycoon, por exemplo —, a riqueza de detalhes presente em um ambiente eminentemente orgânico traz um realismo que é um verdadeiro presente para qualquer gamer mais interessado em cérebro do que em músculos.

Ok, é verdade. Isso pode não transparecer diante da sinopse: criar linhas de ônibus, metrô, bonde, barco e helicóptero para suprir as necessidades logísticas de uma cidade em franca expansão. Só que essa impressão muda… Constantemente.

E o motivo para isso salta à vista muito rapidamente: não basta construir linhas de transporte e assistir passivamente ao crescimento exponencial da sua empresa. Não é assim que as coisas são,  e qualquer (bom) simulador ensina isso mais cedo o mais tarde.

Basicamente, enquanto constrói linhas de ônibus, distribui trilhos do novo bonde e projeta uma nova estação para o seu metrô, a economia mundial pode flutuar, exigindo um congelamento temporário no valor das passagens, cortes nos salários — o que nem sempre é recebido com sorrisos —e uma diminuição da frota. Isso enquanto você se preocupa com aquela nova campanha publicitária e os pedidos para novas linhas. Um universo de detalhes.

Cidades em movimento… E em contínua expansão.

Conforme citado anteriormente, a proposta aqui é enganosamente simples: projetar e manter o sistema de transporte de uma cidade de contínua expansão.

Na verdade, são quatro cidades em contínua expansão: Viena, Amsterdam, Berlim e Helsinque. Todas desenvolvidas a partir de dados reais, com suas construções históricas e suas linhas de transporte mais prontamente reconhecíveis. Um detalhe adicional? Elas avançam através das décadas, tornando-se cada vez mais apinhadas de gente… Gente que precisará de novas linhas e de veículos mais modernos — o que significa custo crescente.

Uma campanha típica de Cities in Motion tem seu início durante a década de 1920. Ok, o “boom” populacional já é uma realidade, mas nada que não se possa tratar com alguns ônibus que mais parecem carroças.

Entretanto, o avanço através das décadas trará novas tecnologias, novos meios de transporte — o helicóptero, por exemplo —, e também algo tremendamente familiar para qualquer um que tenha vivido as últimas décadas: os engarrafamentos. Alguém deve ser capaz de lidar com isso, certo?

Um ambiente orgânico

Um dos pontos mais altos em Cities in Motion vem da interconexão entre os fatores envolvidos em um complexo organismo social e corporativo. Nenhuma novidade para o gênero, é verdade. Conforme Isaac Newton ou qualquer jogador de “tycoons” mais escolado poderia lhe dizer: cuidado, porque toda a ação tem como consequência uma reação — ou várias!

Entretanto, sem sustos aqui. Cities in Motion traz um tutorial simples e bastante claro, constituindo assim uma excelente porta de entrada para marinheiros de primeira viagem. Uma dica para um início tranquilo? Comece pelo ônibus.

Criar as primeiras linhas de ônibus não poderia ser mais simples — pelo menos para os padrões de um jogo de gerenciamento. Basta escolher a sua rota, dispor pontos de ônibus em locais estratégicos, comprar um ônibus (é claro) e montar uma sequência para as paradas. O trajeto é então iluminado na tela, e tudo está funcionando.

Embora a coisa cresça um pouco em complexidade para o bonde e também para os demais veículos, o princípio é o mesmo: escolha um trajeto, invista dinheiro na infraestrutura — trilhos para o bonde e para o metrô, coberturas para as paradas, etc. — e assista o dinheiro substituir as teias de aranha do seu cofre… Ou não.

De fato, mesmo sem uma concorrência aberta para os seus negócios (algo que será comentado mais adiante), é muito fácil “meter os pés pelas mãos” e acabar com tão pouco dinheiro… Que sequer sobrará para a passagem de ônibus — com o perdão da piadinha infame.

Isso por que existe uma concorrência enorme de fatores capazes de determinar se você será um magnata dos transportes ou o dono do ônibus que faz o caminho entre a prefeitura e a estação de trem. A economia, por exemplo.

De olho na economia!

Não é algo que chame tanto a atenção, e mesmo o tutorial de Cities in Motion passará rapidamente por essa parte. Mas isso não impede que a falta de preparação para um período de “vacas magras” não possa fazer com que a sua bela e rentável empresa de transportes encontre a bancarrota.

Mas tudo bem. Acompanhar o andamento econômico da sua cidade não exige cruzamento de dados, e você também não estará sujeito aos reportes equivocados de analistas. Cities in Motion simplesmente traz um conjunto de gráficos bastante simples e fáceis de interpretar — crescimento econômico, número de empregos, etc. —, sempre com a possibilidade de se ajustar a escala de tempo.

Existem diversos campos que devem ser constantemente fiscalizados sob a luz das flutuações econômicas. As passagens, por exemplo. Se a população anda juntando trocados pra colocar comida na mesa, esteja certo de que um valor relativamente elevado da passagem será algo punitivo.

Mas a maré baixa também exigirá mudanças internas na sua companhia. Deve haver cortes nos salários, por exemplo. Quanto? Basta ficar de olho nos emoticons que representam os seus funcionários — os rostos felizes, indiferentes e de desagrado são realmente autoexplicativos. Isso além de determinar cortes na frota, ou mesmo a eliminação de toda uma linha pouco lucrativa.

Ademais, é bom ficar de olho nos preços dos seus insumos aqui. Uma alta nos combustíveis afetará diretamente a sua frota de ônibus, enquanto que os bondes dependerão das flutuações no preço da energia elétrica. De qualquer forma, é bom manter um olhos nas ruas e outro nos gráficos do jogo para não acabar com alguma surpresa ingrata.

Campanhas publicitárias e estratificação social

Qualquer cenário inicial de Cities in Motion trará uma cidade com um sistema de transporte incipiente ou mesmo inexistente. A saída encontrada pela população é óbvia: quem pode se desloca de carro, e o restante vai a pé. De qualquer forma, é bom ter a consciência de que a sua empresa deve se provar como uma boa alternativa, algo que não ocorre da noite para o dia.

Sim, trabalhar constantemente, cuidar das finanças e investir em novas linhas é sem dúvida fundamental. Mas há ainda outra carta na manga de qualquer bom empresário: a publicidade. As coisas andam meio em baixa? A maior parte das pessoas prefere o carro aos seus ônibus/bondes/helicópteros novinhos em folha? Trata-se de um status que uma boa propaganda pode mudar rapidamente.

Entretanto, antes de investir os seus tostões em uma onerosa campanha, é bom atentar para a fatia social que você pretende atingir. Outdoors são perfeitos para turistas. A internet é um tiro cheio na comunidade de estudantes. O rádio e a televisão são ótimos canais para se atingir o proletariado, enquanto que o jornal será o veículo mais escolhido pelos populares “colarinhos brancos”.

Sem dificuldades aqui, entretanto. Cada meio exibirá na sua tela uma barra representando o seu peso em cada setor da sociedade. Somando-se a isso, o jogo ainda mostra claramente em uma mensagem na tela quando determinada parcela social não vê com bons olhos a sua companhia — quem sabe se a Varig tivesse recebido um “aviso na tela” indicando isso, hein?

É bom zelar pela reputação da sua empresa

Com ou sem campanha publicitária, com ou sem dezenas de linhas instaladas, existe uma dimensão do seu negócio que é absolutamente imprescindível em Cities in Motion: a sua reputação.

Uma boa reputação representa exatamente o que deveria: a população em geral está satisfeita com os seus serviços, você não explora os funcionários e, de forma geral, o sistema logístico da sua empresa atende a cidade adequadamente — de acordo com a estratificação social explicada no tópico anterior, é claro.

Ok. Pode dar mais zoom

Cities in Motion é certamente o simulador de transportes mais bem detalhado até o momento. As minúcias retratadas pela Paradox Interactive de fato impressionam: passageiros entrando e saindo de ônibus; vários modelos diferentes de carros rodando pelas ruas; detalhes que recriam as quatro cidades históricas presentes no jogo — Viena, Amsterdam, Berlim e Helsinque.

Trata-se de um belo motivo para você não acabar simplesmente jogando com um mapa na frente, o que reduziria o jogo a uma simulação estratégica deslocada da realidade. Dessa forma, sempre que uma nova linha de transporte é criada, é possível aproximar a câmera até bem próximo do solo para assistir aos moradores da cidade utilizando o seu ônibus recém-adquirido — ou para descobrir que os passageiros estão se amontoando em uma parada de ônibus, indício óbvio de que a frota deve ser aumentada.

Como perder uma corrida solo?

Cities in Motion com certeza traz diversas oportunidades para que um administrador menos preparado encontre a bancarrota — desde linhas pouco lucrativas até um empréstimo impensado. Entretanto, resta uma dúvida clara aqui: onde foi parar a concorrência? Como é que ninguém mais está tentando a sorte em um mercado obviamente lucrativo e em franca expansão?

De fato, a falta de empresas concorrentes acaba extraindo realismo de um jogo que é até bastante proficiente nesse quesito. Afinal, tornar-se um magnata dos transportes concorrendo consigo mesmo não tem o mesmo brilho do sucesso obtido no engalfinhar constante da selva corporativa. Enfim, não se pode ter tudo.

Algumas missões são capengas

Diversas missões aparecem aqui e ali em Cities in Motion a fim de acrescentar desafios extras ao jogo, tornando as coisas menos sandbox. Muitas delas são interessantes, e também fazem muito sentido — como instituir uma nova linha entre o centro e um bairro retirado da cidade.

Entretanto, algumas delas, além de descaradamente contraproducentes, ainda funcionam “pela metade” — premiando uma ação parcial com uma soma pífia de dinheiro, por exemplo. Felizmente, estas representam a minoria dos objetivos impostos/sugeridos pelo jogo.

“Acho que aquele quadrado não deveria estar ali…

De forma geral, pode-se dizer que a Paradox Interactive fez um trabalho bastante razoável ao recriar as quatro cidades presentes no game. Só que algumas falhas saltam à vista, tornando-se perceptíveis mesmo para jogadores que talvez jamais tenham visitado quaisquer dos centros urbanos recriados no jogo.

O mapa de Amsterdam é um bom exemplo desse “chuncho” gráfico. A começar pelos seus famosos canais, por exemplo. Em vez do formato errático da geografia local, você terá aqui um amontoado retangular bem pouco realista. De fato, mesmo o desafio singular do local acaba obscurecido por gráficos que lembram — mesmo que a uma distância segura — os mapas dos primeiros RPGs de 8 bits.

Vale a pena?

Apesar de algumas derrapadas aqui e ali, é fácil perceber que Cities in Motion é fruto de uma equipe particularmente afeita a jogos de simulação de transporte — conforme declaração de uma representante da Paradox Interactive.

Além de ser provavelmente um dos jogos mais belos do estilo, o ambiente orgânico no qual a sua empresa deve sobreviver traz consigo um realismo e um senso de comprometimento que realmente convencem. Isso porque absolutamente tudo aqui está interligado: uma nova linha de bonde em local pouco planejado causará engarrafamentos, salários baixos para os funcionários farão cair a reputação da companhia (que perderá usuários), uma campanha publicitária mal planejada pode consumir dinheiro sem gerar qualquer tipo de retorno, etc

As cidades em continuo desenvolvimento e expansão acrescentam ainda uma nova dimensão à equação típica dos jogos de gerenciamento. Afinal, assim como em qualquer empreendimento, haverá uma parte da realidade que simplesmente não pode ser controlada, mesmo nas mãos de um excelente administrador.

Enfim, se você for um fã de jogos de administração e gerenciamento de recursos, há uma manobra econômica que pode ser facilmente incentivada aqui: a aquisição de Cities in Motion. Depois é só sentar e assistir o império que foi criado. Quer dizer, sem se esquecer das flutuações da economia, da taxa de desemprego, do reajuste nos preços dos combustíveis, das campanhas publicitárias

 
Portable Cities in Motion PT-BR:
Download [426 MB]
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Imagens do Jogo:

Obs: TraduçãoTribo Gamer
Game compativel com o Windows XP / Vista / W7 / W8.
Para realizar o download no 4shared,basta criar uma conta no mesmo.Uma vez logado na conta sera possivel efetuar o download do game sem problemas. Caso o game nao execute de 1ª no W7,clique no link abaixo e confira a dica para executar o portable!
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Author: L3on